quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Então, é Primavera?

Dizem por aí que o Inverno acabou. Parece que se cansou da nossa rotina e do estranho gosto que os brasileiros têm pelo sol. Segundo consta, o Inverno bem que tentou esfriar as coisas por aqui, mas tudo indica que ele só foi bem sucedido por alguns dias e só teve mais tranquilidade no sul do País.
As últimas informações dizem que o Inverno se dirigiu para outros países, que parecem aceitar melhor sua presença. Em alguns deles, tem até neve, para se ter uma ideia da influência dele.
Apesar de ter partido, dizem que o Inverno deixou algumas representantes, umas certas Frentes Frias, rebeldes e fiéis seguidoras do Inverno. Mas elas se exilaram no oceano Atlântico e na Argentina. Aliás, parece que o Inverno tem excelente penetração no País vizinho.
Enfim, ele se foi. Muitos adeptos de sua ideologia vão atrás dele no hemisfério norte, outros, estão felizes que o Sol tenha mostrado seu poder e afastado essa força rebelde do inverno, que insiste em fazer sua revolução no patropi.
Agora, o Sol escolheu a Primavera como representante, enquanto seu verdadeiro escolhido, o Verão, não chega de viagem. Antes de partir, o Inverno acusou o Sol de nepotismo, afinal, colocar a prima para tomar conta do país não pareceu muito correto.
A acusação surtiu efeito e o Sol se escondeu e não apareceu na posse da Primavera. Quem estava lá, protestando eram as Nuvens e a Chuva, organizados pela Frente Fria.
O Inverno também acusou a Primavera de tentar subornar a população, com dias quentes e flores, além de um tal de Romantismo. Aliás, as colunas de fofoca dizem que o Romantismo foi visto de mãos dadas com a Primavera. Ela não negou...

Sobre pessoas que se acham

Tenho 41 anos. Desde que me conheço por gente convivo com pessoas de todos os tipos. Se você olhar minha lista de amigos verá gente com estudo, sem estudo, pobre, bem de vida, cristão, ateu, roqueiro, pagodeiro, enfim, uma variedade sem fim de gente, diferentes em muitos aspectos, mas, tendo em comum, o fato de eu gostar delas, ou não chamaria de amigos.
Mas no meio do caminho sempre tem uma pedra, alguém que se julga indispensável, alguém que se acha a última bolacha do pacote. São essas pessoas que me incomodam.
E não é de hoje. Sempre me incomodaram. Na infância, me incomodavam aqueles que tinham os melhores brinquedos, eram os donos da bola, ou o pai tinha carro, por isso se julgavam melhores do que os outros. Esses eram tão confiantes de sua importância no mundo, que acreditavam piamente serem fundamentais para uma brincadeira ser agradável. Não eram. Pelo contrário. Invariavelmente, quando eles chegavam, acabava a brincadeira.
Na adolescência isso não mudou. Os que se acham tinham sempre as melhores roupas, os melhores tênis, lavavam os carros dos pais classe média como se fossem deles. Esses também se julgavam essenciais para a vida das pessoas. Espero que a vida tenha mostrado que eles não eram tudo isso que acreditavam ser.
Por fim, a vida adulta trouxe novos amigos. A vida profissional se encarregou de apresentar mais alguns e, no meio de gente muito boa, cuja amizade guardo até hoje, apesar de não ter muito contato com inúmeras pessoas, também havia aqueles.
Isso não acabou. Conheço muita gente que se acha, muita gente que se julga indispensável, muita gente que acredita tanto em si mesmo que transforma um possível qualidade em defeito irreversível.
Algumas pessoas creem que podem simplesmente fazer o que bem entendem e ainda reclamam ou fazem bico quando alguém lhes traz de volta à realidade. Não entendo e não aceito esse tipo de comportamento. Não gosto desse tipo de atitude.
Sempre ouvi que minha liberdade acaba quando começa a liberdade do meu próximo e carrego isso comigo como tesouro. Acredito nas pessoas, na boa índole delas, mas há algumas incorrigíveis, há aquelas que deveriam ter levado um choque quando eram mais novas, para aprenderem a se comportar, mas não levaram.
Esse tipo de gente tem uma dificuldade enorme de ouvir não e quando ouvem, transformam-se em vítimas, se fazem de coitadas. Mas é preciso chacoalhar essa gente: vocês não são indispensáveis! O mundo não gira em torno de vocês!
Aos meus amigos, tudo. A essa gente que não me interessa, vamos pedir piedade...