terça-feira, 30 de junho de 2009

O dia do aniversário - parte 1


Aniversário é algo estranho. Nunca esperamos muito dele, mas, ao mesmo tempo, esperamos demais. Quando a data cai em um dia normal de trabalho, parece que perde um pouco da pouca graça. Não, não estou sendo pessimista, nem estou em crise, mas vocês não acham que o aniversário era pra ser algo mais especial do que a rotina do dia-a-dia? Bom. O dia mal começou, então, depois eu conto a saga do meu dia de aniversário completa, ok? Até lá!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma decisão contra os jornalistas


Em 17 de junho de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou parte da regulamentação profissional dos jornalistas brasileiros e acabou com a exigência de formação específica para o exercício profissional. Em reunião realizada entre 19 e 21 de junho, a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, ante essa situação, considera que:
– a decisão do STF atende às demandas dos patrões da área da comunicação, cujo interesse é desregulamentar e desqualificar a profissão de jornalista, usando seu poderio econômico para tornar precárias as condições de trabalho. Com essa decisão, o STF intervém negativamente nas relações de trabalho e nas garantias da categoria profissional;
– a formação específica para o exercício do jornalismo é condição básica para a garantia da qualidade da informação jornalística, elemento formador de opinião pública. Essa equivocada decisão prejudica fortemente a sociedade, na medida em que a credibilidade da informação é colocada em xeque;
– o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) defendem a regulamentação profissional conquistada contra a ditadura militar, em 1969, como resultado de décadas de mobilização, iniciada ainda antes da manifestação do 1º Congresso Brasileiro de Jornalistas, em 1918, e mantêm a luta pela qualificação da profissão de jornalista. Nesse sentido, consideram que o curso superior de jornalista é fundamental para o futuro profissional do jornalismo e para a garantia do direito à informação da sociedade;
– a decisão do STF foi tomada em nome da “liberdade de expressão”. Nada mais falso do que esse argumento, pois a liberdade de expressão não se confunde com liberdade de exercício profissional. O Supremo Tribunal Federal faz confusão entre a liberdade que qualquer pessoa tem de expressar sua opinião, inclusive nos veículos de comunicação, com o exercício de uma profissão específica, a de jornalista. A regulamentação profissional dos jornalistas nunca impediu quem quer que fosse de se expressar. Ao contrário, os jornalistas e suas entidades sindicais sempre estiveram na primeira fila da defesa da liberdade de expressão, que é sufocada, aí sim, pelo monopólio dos meios de comunicação nas mãos de reduzido grupo de magnatas e grupos financeiros. É contra essa censura em pleno estado “democrático” de direito que os ministros deveriam focar o seu trabalho, e não contra os mediadores da livre expressão, os jornalistas!

O Sindicato dos Jornalistas constata, porém, que a amplitude da decisão do STF não está clara, pois não se conhecem os termos da decisão, nem todas as suas conseqüências, cujos contornos dependem de publicação do acórdão. Buscando esclarecimentos adicionais, a Fenaj realiza consulta ao Ministério do Trabalho e Emprego, para que sejam explicitados, efetivamente, quais são os novos procedimentos propostos.
Diante disso, a posição do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo é a de que o papel dos sindicatos de jornalistas por todo o Brasil e da Fenaj é o de organizar os jornalistas e defender seus direitos e condições de trabalho em confronto com os interesses das empresas. Continuamos com uma legislação profissional específica, piso salarial, jornada de trabalho e acordo coletivo. Todos esses direitos, conquistados na luta, continuam válidos.
Isso significa que todos os que passarem a se enquadrar no acesso à profissão, após a decisão do STF (cujos limites, por enquanto, ainda não estão claramente definidos), e exerçam funções jornalísticas nas empresas de comunicação gozam dos mesmos direitos consagrados em nossos acordos coletivos. Não permitiremos que este revés imposto pelo STF na luta da nossa categoria sirva para desqualificar e rebaixar ainda mais as condições de trabalho, salários e direitos em nossa profissão.
Com relação ao novo perfil da categoria, aguardamos a publicação do acórdão do STF a fim de que sejam definidos os procedimentos em relação à sindicalização e a vários aspectos da ação sindical.
Os pseudo-guardiões constitucionais no STF desconsideraram, propositadamente e em clara defesa do poder da mídia, que o inciso XII do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988 atribuiu ao legislador ordinário a regulamentação para o exercício de determinadas profissões de interesse e relevância pública e social, dentre as quais, notoriamente, enquadra-se a de jornalista – ao contrário do que declarou o sr. Gilmar Mendes –, por conta dos reflexos que seu exercício traz à Nação, ao indivíduo e à coletividade.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo dirige-se ao movimento sindical, às entidades democráticas e à sociedade para alertar que a decisão do STF também é uma ameaça contra a regulamentação de outras profissões, atualmente questionadas pelo patronato.

São Paulo, 20 de junho de 2009

Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O dia em que cometi raticídio


Eu poderia fazer aqui uma defesa exacerbada do diploma para exercer a função de jornalista, mas cansei de gastar saliva e pontas de dedos sobre o assunto. O STF não vai ressarcir meus quatro anos de faculdade, não importa o quanto eu proteste. Não vou dizer que estou feliz, mas, simplesmente, o assunto me esgotou. Também poderia falar da vitória do Corinthians sobre o Inter, mas para isso basta uma palavra: Ronaldo! Talvez falasse da seleção, mas acho que não é uma boa ideia no momento.Então, sobre o que escrever? Ah, já sei. Vou escrever sobre o rato. “Mas que rato?”, perguntarão meus seis leitores que não comentam. O rato que matei, ora.
Bem, vamos por partes. Quinta-feira, 18 de junho de 2009, 9h30. Já tinha feito minhas obrigações profissionais e paternais, ou seja, clipei as matérias para a assessoria de imprensa para a qual presto serviço e levei o Pedro (o pequeno herdeiro, para quem não conhece) à escolinha. Na hora citada, me preparava psicologicamente para exercer minhas funções de “Amélia” e começar a fazer o serviço de casa e preparar o almoço/janta. Então, eis que surge, direto do quarto do Pedro, o pequeno ser asqueroso, partindo velozmente para o meu quarto!
“FDP”, pensei de imediato. Lembrei que o sujeitinho já tinha aparecido no final de semana, segundo minha mãe, que nos visitava, ela teve que fazer malabarismos para se livrar do dito-cujo. Mas ele voltou. E lá vou eu revirar todas as tralhas do quarto para ver onde foi que esse sacripanta desse rato tinha se escondido. Mas como é que esse bicho entrou em casa? Depois que ele apareceu, sequer deixava as portas abertas para não correr o risco, mas ele entrou. Estava rondando o território e invadiu. Mas pagou o preço...
Não antes de me dar uma canseira violenta. Arrastei o sofá que está no quarto por falta de espaço na sala. Nada. Ao lado do sofá, o baú. Ahá! Ratos adoram baús. Arrastei, preparado para o confronto. Nada. Restavam a cama e o guarda-roupas. Deixei o guarda-roupas por último. Vai saber. Revirei a cama, tirei os dois colchões que ficam embaixo dela. Nada. Já me preparava para arrastar o guarda-roupas quando lembrei das caixas do computador, desmontadas atrás da cabeceira da cama. Mexi e ele estava lá. Estava, porque foi para trás do guarda-roupas. “Merda”.
Vamos lá, arrastei o trambolho, esperando ele tentar escapar. Fiz uma barreira, decidido que ele deveria sair, mas o desfecho foi pior do que eu imaginava. Atrás do guarda-roupas havia algumas folhas de papel-cartão (“Nossa quanta tralha”, pensará você que está lendo. É, muita tralha), e não é que ele estava ali?
Tentou escapar na hora em que puxei os papéis, mas eis que os papéis caíram sobre ele. Hora do plano B. Desci a vassoura sobre os papéis, sem pensar em nada, só queria cometer raticídio! Parei...
Mas ele se mexeu! Não tive dúvidas e mandei mais uma série de vassouradas, até que o bichinho parou de se mexer. Com o cabo da vassoura, verifiquei a obra: lá estava o safado, morto e amassado (eca!). Mas fiquei satisfeito. Dei-lhe um enterro digno em um saco de lixo, embrulhado nos papéis que serviram de abrigo momentâneo. Matei o rato, atrasei o almoço, quase perdi a hora de pegar o Pedro na escola. Diazinho mais ou menos...

sábado, 13 de junho de 2009

Eu tento fazer poesia


Falamos demais, mas não entendemos
O tempo lá atrás, o vento nos cabelos
Cabelos ao Vento, o riso e alegria
Verdades mentiras, a noite e o dia
A vida pra frente, a morte é passado
Passado presente, futuro estragado
Tal qual marmita azeda do proletariado
Em novas veredas, sem tempo marcado
Relíquias malditas, benditas as horas
Que passam na vida, então vamos embora
Não resta mais nada, só a doce ressaca
Das noites passadas onde o copo girava
E a bebida tragada nos embriagava

A farsa do dia dos namorados


O Brasil se caracteriza por ser um país farsante. Nós fingimos que não somos preconceituosos, fingimos que sabemos das coisas, fingimos que não sabemos das coisas, temos a capacidade de nos indignarmos com tudo e protestar, desde que seja em frente à televisão. Às vezes me sinto tirado daquela música do Ultraje a Rigor, Inútil, já que “a gente faz carro e não sabe guiar, a gente faz trilho e não tem trem pra botar...a gente faz música e não consegue gravar, a gente escreve livro e não consegue publicar” e por aí vai. Somos farsantes.
Aprendemos a conviver com a farsa desde pequenos. No Brasil não neva, mesmo assim, em cidades ensolaradas em pleno verão, vemos pessoas vestidas de Papai Noel com roupas pesadas e quentes e nossos enfeites de Natal lembram a neve, que cai na Europa e nos Estados Unidos nessa época do ano. Somos farsantes.
Temos milhões de feriados e datas comemorativas sem sentido algum. O dia das crianças foi uma invenção comercial, já que não há nada em outubro que faça o comércio vender. É o período de entressafra entre o dia dos pais (fictício) e o Natal.
Mas nada é mais obscuro do que o dia dos namorados no Brasil. Não há um motivo lógico para que o dia dos namorados seja em 12 de junho. Reza a lenda que é por conta do dia de Santo Antônio, considerado casamenteiro pela crendice popular, cuja data é comemorada no dia 13 do mesmo mês. Balela.
Na maioria dos países do mundo, o dia dos namorados é o dia de São Valentino, em 14 de fevereiro, cuja história explica o por quê da data. O imperador romano Cláudio II proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Cláudio acreditava que se os jovens não tivessem família, se alistariam com maior facilidade.
No entanto, um bispo continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do imperador. Seu nome era Valentim e as cerimônias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens jogavam flores e bilhetes dizendo que os ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que jogaram mensagens ao bispo estava uma jovem cega: Asterias, filha do carcereiro a qual conseguiu a permissão do pai para visitar Valentim. Os dois acabaram se apaixonando e, milagrosamente, a jovem recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: “de seu Valentim”, expressão ainda hoje utilizada. Valentim foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270.
Tem um significado. Mas e o dia 12 de junho? Significa o que? Nada. O dia dos namorados é mais uma farsa comercial feita para tapar os buracos do comércio durante o mês de junho. É mais uma entressafra comercial. É uma farsa. Somos todos farsantes!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Briga de torcidas


Até quando vão insistir na balela de que um ônibus - EU DISSE UM! - com torcedores do Corinthians parou para emboscar 15, veja bem, 15 ônibus de vascaínos? É tão ridículo que dá pena. Até quando a imprensa esportiva vai se esconder atrás dos microfones e ficar fornecendo a versão oficial da PM? São jornalistas ou papagaios de pirata? No curso de jornalismo, pelo menos o que eu fiz, os professores falavam de apurar a notícia, ouvir os dois lados, sem tirar conclusões. Mas o que vejo na imprensa esportiva é apenas um bando de reprodutores de releases da assessoria de imprensa da Polícia Militar, sem falar na ânsia que esses repórteres têm de ouvir qualquer promotorzinho que não faz nada além de ficar no ar condicionado planejando qual a próxima ação para aparecer na mídia. Não lembram do Capez? Se houve emboscada foi da PM, que colocou as duas torcidas no mesmo trajeto, além de parar o ônibus dos corintianos para que os vascaínos passassem. Tivessem os pseudo jornalistas um pouco mais de vontade em dar a informação de forma correta, estariam cobrando explicações do comando da PM ao invés de ficarem inflamando ainda mais as torcidas. A imprensa esportiva é omissa e cúmplice da inoperante PM de São Paulo. Mas fazer o quê? Os patrões da imprensa esportiva são aliados do patrão da PM, o senhor José Serra, que quer ser presidente da República e não pode deixar vazar a incompetência de seus comandados. E não me venham com essa balela de Rio e São Paulo, quem é melhor ou pior. Somos todos perdedores, não importa onde nascemos. Somos reféns de policiais despreparados, governantes corruptos, promotores que querem ser estrelas e uma imprensa omissa e conivente. Lamentável.