sábado, 30 de novembro de 2013

Mudanças

Quantas vezes você teve a chance de mudar algo em sua vida mas se acovardou? Não posso falar por ninguém, no entanto, eu mesmo passei por processos de mudanças que me deixaram temeroso do resultado final. Foi assim quando decidi ir para Bauru estudar e minha vida mudou radicalmente.
De lá para cá não faltaram oportunidades para novas mudanças, algumas concretizadas, outras não. Não me arrependo nunca das escolhas que fiz, até porque o arrependimento só faz com que nos tornemos infelizes com relação a essas escolhas.
Mudei porque a hora exigia e mesmo pensando como seria se não houvesse optado por mudar, não tenho do que reclamar. As experiências que tive e as amizades que fiz foram marcantes para minha vida e acrescentaram muito ao meu caráter. Cometi erros, mas acredito ter acertado mais do que errei. A coragem de mudar torna isso possível.
Não adianta ficar pensando demais e remoendo se a mudança será boa ou não. Se soubesse disso ganharia dinheiro prevendo o futuro.
Estou prestes a partir para uma nova mudança e tenho a expectativa de que ela será muito boa para mim. Posso me enganar, olhar para trás e ver que naquele ponto do caminho eu deveria ter seguido em frente e não dobrado a esquina. Mas nada disso pode ser mensurado agora.
O mais importante é ter apoio no processo de mudança, sabendo que as pessoas que estão ao seu lado e serão afetadas diretamente por seus atos lhe dão todo o suporte necessário para seguir em frente. E a vida segue, mutante.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Esperando...

A mulher sentou-se no único banco vazio da praça. Não sabia o que fazer, se continuava esperando ou deixava isso para lá. Seu companheiro de todas as horas (ou pelo menos ela pensava que fosse) foi embora ao saber que ela estava esperando. Ele não queria esperar.
Na praça a vida corria, enquanto lágrimas desciam lentamente de seus olhos molhando sua face. Ela olhou o movimento. Uma mulher na calçada, com uma criança no colo, esperando a compaixão de alguém. Um menino no farol, tentando fazer malabarismos, enquanto os vidros dos carros se fechavam. Ela também fechava seu vidro no farol.
Carros de polícia passam pela rua, com as sirenes ligadas, em mais uma perseguição. Na loja em frente à praça, as tevês estavam ligadas em um daqueles programas vespertinos, onde só falta jorrar sangue pela tela.
Não valia a pena esperar, ela decidiu. Porque nada do que acontecia no mundo parecia fazer sentido. Então, por que continuar esperando? As lágrimas continuaram a descer, pois ela ainda mantinha uma ponta de esperança.
Em meio a tudo isso, eis que surge na praça outra mulher. Uma criança pelas mãos e um cachorro na outra. A mulher soltou a coleira do cachorro e ele saiu feliz, pulando para o meio da grama, enquanto a criança ia atrás. A outra sentou-se ao lado dela e sorriu. Ela olhou para a mulher, para a criança e para o cachorro e sorriu. Colocou as mãos sobre o ventre e decidiu que valia a pena, sim, continuar esperando.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Clipes que eu curto

Peaches é uma música da banda The Presidents of The United States of America. Fez bastante sucesso nos anos 1990 e tem um clipe bem bacana. Vale a pena assistir.

O mensalão não foi maior escândalo de corrupção da história do Brasil

A mídia insiste em dizer que o mensalão foi o "maior caso de corrupção da história". Só para quem não tem memória. A revista Mundo Estranho, publicação da editora Abril, listou 10 casos de corrupção e, pasmem, o mensalão não é  o maior.
De acordo com a revista o mensalão provocou um rombo de R$ 55 milhões. No entanto, o caso dos "vampiros" do Ministério da Saúde (lembra Serra?) deixou um rombo de R$ 2,4 bilhões. Não sou expert em matemática, mas R$ 2,4 bilhões é maior do que R$ 55 milhões.
Mas houve um rombo bem maior no Paraná, entre 1996 e 2000, no Banestado. R$ 42 bilhões foram desviados e quem estava no comando do governo era Jaime Lerner, eleito pelo PDT e depois se transferiu para o PFL, atual DEM, apoiado pelo PSDB.
Não se esqueçam do escândalo do Banco Marka, que envolveu o alto escalão do Banco Central em pleno governo FHC. Nada menos que R$ 1,8 bilhão foi o rombo deixado pelo escândalo, que não é tratado pela mídia como "o maior escândalo de corrupção".
Ah, FHC também foi protagonista do caso Sudam, onde R$ 214 milhões foram desviados. Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011.
Houve outros casos de corrupção durante o governo Lula, como o caso da construtora Gautama que pagava propina para servidores públicos, para ter facilidade na hora das licitações das obras. R$ 610 milhões foram para o ralo.
Ou seja, o espetáculo que a mídia proporcionou no caso do mensalão mostra claramente que foi revanchismo contra o PT. A mídia golpista não conseguiu emplacar seus candidatos José Serra (2002 e 2010) e Geraldo Alckmin (2006) e resolveu intervir, proporcionando ao Brasil o maior espetáculo midiático de um caso de corrupção.
O que Globo, Veja, Folha, Estadão e outros grandes veículos chamam de "o maior caso de corrupção", não passou nem perto. Entendam, meus seis leitores, não estou defendendo a corrupção, e sim tentando colocar uma luz sobre as sombras criadas pela imprensa.
Leiam a matéria completa no site da revista Mundo estranho: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/os-maiores-escandalos-de-corrupcao-do-brasil

sábado, 13 de abril de 2013

A violência é tão fascinante?

Com todo o respeito à família do rapaz assassinado friamente e cruelmente na porta do prédio em que morava no Belém, zona leste de São Paulo, mas por que a mídia não dá importância às tragédias que acontecem todos os dias na periferia?
Moro na periferia, sei do que estou falando. Quando morre alguém na periferia, a primeira coisa que os urubus da imprensa fazem é checar se não tinha antecedentes. Ninguém vai checar se ele tinha família, filhos, esposa, mãe, pai. Vai atrás de ficha criminal. E quando não acham nada, fazem aquela matéria meia boca. Na periferia somos alvo de bandidos e polícia.
Quando saio com meu carro e cruzo com uma viatura eles ficam olhando, como se dirigir um carro fosse crime. O tráfico de drogas rola solto nos pancadões da vida e tem gente que ama funk como se fosse o suprassumo da cultura. Me poupem.
Para cada pessoa de classe média que morre nas mãos de bandidos, pelo menos dez pobres morrem nas mãos de bandidos e da polícia.
A mídia só dá importância se acontece com as famílias bem sucedidas, ninguém está nem aí se a mesma coisa acontece na periferia. Outro dia assaltaram um senhor, que ia de moto para o trabalho, às 9h30 da manhã. Foi em Pirituba, que é periferia, mas um pouco mais estruturado. Onde estava a polícia? Onde estava a imprensa? Nada. Se fosse nas Perdizes ia ser motivo de indignação e protestos contra a violência, mas foi em Pirituba. Quem liga?
Minha irmã morou nas Perdizes, porque meu cunhado era zelador de um prédio nas proximidades da PUC. Certa noite a polícia foi até o local porque um morador ligou para o 190 para reclamar do gato da vizinha que estava miando e não o deixava dormir. Pode isso Arnaldo?
Sabem quantas vezes eu liguei para o 190 para denunciar o pancadão com consumo de drogas e bebidas por menores de idade? Perdi a conta. Sabem quantas vezes a polícia veio? NENHUMA!!! Um gato miando nas Perdizes incomoda mais do que o funk rolando no meio da rua em Taipas.
Parece que só existe tragédia e violência do outro lado do rio Tietê. Quem mora do lado de cá da ponte que se dane. A mesma violência que acontece no Belém, no Alto da Lapa, na Pompeia, nas Perdizes, no Tatuapé, acontece na Freguesia, em Pirituba, no Jaraguá, em Taipas, em Perus. Não somos piores do que ninguém por morar na periferia. Não somos bandidos, não somos os criminosos.
A primeira coisa que a polícia fez para achar o assassino do estudante Victor Hugo foi invadir uma favela. Quer dizer, o criminoso tem que ser favelado, não é?
Minha amiga Luciana Mendonça lembrou bem em seu perfil no Facebook: até agora o riquinho menor de idade que atropelou e matou uma menina em Bertioga no ano passado leva sua vida normalmente. Ele não é o "de menor"assassino e criminoso que os apresentadores gritam nas tardes da TV aberta. Ele é o jovem que cometeu um erro.
É assim que é. Menor de idade infrator, se é pobre, é criminoso, se é rico, cometeu um erro. Infrator é infrator, não importa a classe social! O cara branco de olhos azuis que mata é tão assassino quanto o negro de cabelo ruim que mata. Não há diferença. A única diferença é que o rico pode pagar os honorários do excelentíssimo senhor Luiz Flávio Borges DÚrso, enquanto o pobre depende da defensoria pública.
A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão iguais, mas uns são mais iguais do que os outros.

segunda-feira, 4 de março de 2013

15 anos de cumplicidade



Sabe aquela pessoa que você encontra a primeira vez e acha que não tem nada a ver com você, mas acaba se tornando a mais importante da sua vida?
Eu tive essa sorte.
Na primeira vez que via minha cúmplice ela me chamou de cretino. Isso foi em 1998 no primeiro dia de aula dela na Unesp. Ela era a “bixete”, eu, o veterano mala.
Passou um dia, dois e veio a festa, há exatos 15 anos, no dia 4 de março de 1998.
Ela grudou no “cretino” e, a bem da verdade, esse cretino não desgrudou dela, até hoje.
Cumplicidade é uma coisa que se constrói com o tempo, com paciência, com algumas brigas, com algumas fases ruins e muitas, mas muitas fases boas.
Eu não podia definir melhor minha relação com a Layla. Ela é a mulher que eu escolhi, mesmo sabendo que foi ela quem me escolheu. Isso também é cumplicidade.
Se há 15 anos alguém me dissesse que esse pingo de gente ia fazer parte da minha vida e mudá-la para melhor, eu diria que essa pessoa era louca.
Mas quem sabe o futuro? Ninguém sabe.  A Layla não só tornou minha vida melhor, ela me deu respostas para perguntas que eu não conseguia responder, ela me deu amor, carinho, me tratou com paciência, me ajudou a ir em frente quando eu achava a barreira grande demais para transpor, iluminou o caminho quando estava escuro, fez e faz o melhor por mim, enquanto eu apenas tento ser e fazer o melhor para ela.
Parabéns minha cúmplice, minha melhor amiga, minha amante, minha namorada, minha mulher, meu amor.
Parabéns por aguentar esse cretino há 15 anos, tempo que eu tenho dedicado a tentar ser menos cretino pra você.
Te amo e te amarei pelos próximos 15, 30, 45 e quantos anos mais eu conseguir viver. E cada dia desses será dedicado a fazer você feliz.