domingo, 27 de novembro de 2011

Divagando...

Eu costumava andar por aí, meio sem rumo, sem saber o que fazer. A necessidade de ter algo para fazer é um grande inimigo, mas tem gente que acha estiloso ser entediado. Talvez fosse, nos anos 80.
Muita gente não se atualizou. Eu mesmo tenho alguns vícios que carrego até hoje. Adoro ouvir discos de vinil, uso jeans, camiseta e All Star como se não houvesse amanhã e ouço bandas velhas.
Podem até me censurar, mas não exagero. Até porque, tudo que era baixa renda antigamente, hoje é cool. All Star era tênis de pobre, Hering era camiseta de pobre usar na escola, naquela combinação ridícula de calça de tergal e camiseta branca, e usar calça rasgada era coisa de marginal. Tudo isso é grife.
Mas, espera aí, divaguei de novo. Isso não tem nada a ver com o primeiro parágrafo deste texto. Estava falando do tédio. é, aquele velho conhecido.
Nos anos 80, com o pós punk e o surgimento das tribos góticas, o tédio virou estilo. Alguns playboys tentaram copiar e formaram a turminha dos "darks", gente classe média que usava roupa preta de grife. Foram os primeiros emos. Não confunda gótico com darks/emos. Não há relação entre eles.
Não ter o que fazer era um drama e virou tema de música, com Biquini Cavadão (Sentado no meu quarto, o tempo voa, lá fora a vida passa e eu aqui à toa...) e Legião Urbana (Tédio com um T bem grande pra você...). A juventude oitentista parecia fadada à falta de opções, afinal as notícias que vinham de fora mostravam que o mundo girava pela Europa, EUA e Japão.
Não é à toa que bandas brasileiras como Sepultura e Viper faziam sucesso lá fora antes de serem conhecidas no Brasil.
Mas tudo isso passou. Ser entediado agora é sinônimo de ser careta, sem amigos, mal relacionado, etc, etc, etc. O mundo se conectou e nós viramos escravos da nova ordem, mas pense bem, continuamos sem opções.
Eu mesmo tenho 456 "amigos" no Facebook, mas nem metade disso se relaciona comigo. É claro que há amigos de verdade e todos os que estão na minha lista de amigos estão lá porque admiro e gosto. Se você está na lista, parabéns, se não, tente me adicionar, quem sabe eu não goste de você.
Resumindo: temos muito a fazer, mas tentamos copiar o que não foi feito antes. Ser cool é mais do que usar a roupa da moda. Não ter o que fazer não é um drama e nem precisa ser estilo. Só precisamos lembrar de viver, cada um à sua maneira e todos em harmonia.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eu tento fazer poesia...

Eu tenho medo

Eu tenho medo...
Quem me vê não percebe o medo que sinto
Quem me cerca não sabe o pavor de viver que tenho
Tenho medo da morte
Tenho medo de altura
Tenho medo de tudo dar errado
Tenho medo de tudo dar certo...

Eu tenho medo...
As pessoas passam por mim e sorriem
Mas não sabem que meu sorriso é temeroso
Tenho medo de arriscar
Tenho medo de perder
Tenho medo de ganhar
Tenho medo que descubram que tenho medo...

Eu tenho medo...
Mas sigo meu caminho 
Esperando que não haja obstáculos
Tenho medo de dormir e não acordar
Tenho medo de acordar e sair
Tenho medo de sair e não voltar...

Sobretudo, tenho medo de que o medo me domine
Tenho medo de entregar os pontos
Tenho medo de desistir
Tenho medo de temer aquilo que não devo
Tenho medo...
Mas maior que o medo é o desejo de chegar

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"Pi"

Vocês não devem ter entendido o título desta postagem, mas vou explicá-lo chamando de volta algumas coisas que acontecem na infância. Pergunte a uma criança que não sabe falar direito qual é o nome dela e, invariavelmente, ela vai errar e, sim, será engraçado e vai acabar virando apelido.
Meu pequeno herdeiro, o Pedro, por exemplo, dizia que seu nome era "Tedum" e não Pedro. Tedum ficou até ele começar a reclamar que seu nome era Pedro. Apesar disso, ainda sofremos alguns deslizes e o chamamos de Tedum, exceto minha sobrinha Natália, que o chama assim porque é adolescente sem noção mesmo (sacaneei).
Pois bem, feito esse preâmbulo, devo lembrar meus seis leitores que tenho outra sobrinha, a Isabela, filha do meu irmão Fernando. Ela tem um ano e ainda não fala, a não ser a língua dos bebês. Isabela ficou bem próxima do Pedro desde que nos hospedamos na casa de minha mãe e ela começou a ficar as tardes por aqui.
A pequenina adora meu pequeno herdeiro e fica chamando por ele, mesmo quando ele não está em casa. Mas, como não sabe falar Pedro ainda, Isabela desenvolveu um jeito todo especial de chamar o primo. É aí que entra o "Pi".
Para Isabela, Pedro é simplesmente "Pi" e, segundo me contam, ela chama por ele a todo momento. Ontem, Isabela esteve aqui e pude presenciar a cena. Enquanto Pedro estava no quarto, ela ficava na sala, ao pé da escada, gritando: "Pi, Pi, Pi".
Só que meu pequeno herdeiro dormiu e ela veio até o quarto chamar por ele, trazida pela avó. A menina apontava e chamava, mas o pequeno herdeiro não se mexia. Até que ela resolveu tomar uma atitude mais drástica e começou a puxar a manga do pijama do Pedro, para tentar acordá-lo. E ele acordou. Só aí Isabela ficou satisfeita.

Pedro e Isabela fingindo que vão dormir. Até parece...

28 dias

Meus seis leitores devem estar furiosos comigo e com razão. Afinal, os deixei órfãos durante um período muito longo, mais do que eu gostaria.
Na verdade, não posto nada desde o dia 21 de setembro. Sei que faz mais de 28 dias, mas o assunto aqui não é exatamente o tempo que fiquei sem postar, mas o tempo que fiquei, digamos, sem viver.
Quem trabalha em comunicação sabe que sábados, domingos e feriados não são exatamente sábados, domingos e feriados. Na maioria das vezes esse dias são tão úteis como qualquer outro para jornalistas, produtores, redatores. Tudo depende de onde você trabalha.
No meu caso estou no R7 há mais de um ano. Entrei para cobrir a terceira edição da Fazenda e permaneci por lá. Em 18 de julho embarquei para Itu, para cobrir a quarta edição da Fazenda in loco. Foram três meses árduos.
Minha última folga foi no dia 2 de outubro e, depois disso foi final da Fazenda e cobertura dos Jogos Pan-Americanos. No total, 28 dias em que minha mala ficou no meio do quarto por desfazer, pois não tinha tido tempo. Aliás, quem desfez a mala não fui eu.
O Pan terminou no domingo (31), trabalhei ainda na segunda (1º) e, finalmente estou de folga. Foram 28 dias sem sair de cima. Dias longos e cansativos que deram lugar a uma merecida folga. Não é o post dos sonhos, meus leitores, mas era necessário para que entendessem minha ausência. Mas agora voltei. Renovado!