sábado, 25 de agosto de 2012

Pessoas são estranhas...

Jim Morrison dizia que "Pessoas são estranhas quando você é um estranho". Será? Sempre olhei para as pessoas com desconfiança fora do comum. Nunca acreditei na idoneidade delas. O tempo me ensinou a ser mais complacente e a perceber que, talvez, eu fosse mais estranho a elas do que elas a mim.
Porém, de poucos tempos para cá, tive uma recaída em relação às pessoas em geral. Já conheci muita gente, cada uma delas com sua peculiaridade.
Conheci gente feliz de fato, tão feliz que chegava a irritar. Conheci polianas que conseguiam ver o lado bom de tudo, por outro lado estive com gente que parecia a hiena Hardy, só faltava dizer "Oh, dia! Oh, azar!". Conheci pessoas tristes por natureza e aquelas que se faziam de triste porque ser sombrio já foi moda, mesmo com aqueles malditos sobretudos não combinando em hipótese alguma com o clima deste país.
Para não me estender demais, conheci uma gama de pessoas e cada uma delas me fascinava e me deixava assustado da mesma forma. Sempre quis saber se elas sentiam o mesmo em relação a mim.
As pessoas são estranhas de fato, mas somos estranhos para elas também. Neste quesito acho que eu e Jim Morrison concordamos afinal.
No entanto, antigamente tudo tinha um toque mais íntimo. Éramos estranhos, mas solidários em nossa estranheza. Atualmente as pessoas são egoístas até no jeito estranho de ser. Ser diferente é ser normal, dizem por aí, mas pagamos o preço por todos serem diferentes da mesma forma. Hoje as pessoas são estranhas, por serem estranhamente semelhantes. E mesmo assim se sentem mais do que as outras, um erro comum já que personalidades iguais tendem a se afastar.
Chegamos em um patamar que nossa individualidade soa como ofensa para a maioria das pessoas. Isso é estranho. Parece que em algum momento decidiram que temos de compartilhar nossas vidas, medos, angústias, tristezas e alegrias com qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Isso é estranho. O ombro amigo, de verdade, está morto.
As pessoas continuam estranhas para mim e devo parecer estranho a elas também. Consigo me adaptar à nova ordem mundial, mas não significa que devo aceitá-la como verdade absoluta. Quero questionar reclamar e tentar consertar o que julgo errado, até que me provem o contrário. Se isso soa estranho para você, parabéns. É sinal que ainda existe uma salvação. E isso também é estranho.

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