sexta-feira, 3 de junho de 2011

As paredes rachadas do metrô

Pedro em um dos muitos auto-retratos
Meu pequeno herdeiro adora andar de metrô! Mas ele não gostas daqueles trechos que passam pela superfície, tem que ser embaixo da terra. A fixação do Pedro por trens já é bastante conhecida, mas o metrô transformou sua vida.
Afinal, apesar de ter nascido em São Paulo, ele foi para Bauru com seis meses e as poucas vezes que vínhamos visitar a família, não precisávamos andar de metrô. Porém, e sempre há um porém, nós voltamos, e Sampa nos recebeu de braços abertos com toda sua poluição, seu trânsito, seus prédios, sua neblina e seu metrô.
Não ter carro em São Paulo pode ser um suplício em alguns momentos, mas, se vamos de metrô, tudo vai bem. O que eu realmente não entendo, já que não dá para ver nada debaixo da terra e o barulho (salvo alguns trens novos) é um saco. Só que nós estamos falando do Pedro, e o Pedro sempre vê alguma coisa, e comenta...
Uma das últimas foi na volta para casa depois de uma agradável tarde no shopping. Sábado à noite, metrô quase vazio e Pedro com a cabeça encostada no vidro olhando.
De repente o comentário: "As paredes do metrô estão rachadas embaixo da terra". Simples, rápido e prático. Leia nas entrelinhas. Após essa sacada incrível de Pedro, o rapaz que estava sentado no banco próximo desatou a rir (ele entendeu). Só não sei se ria do comentário ou de nervoso, por estar em um trem, no subsolo da maior cidade do País, com as paredes rachadas.
Esse rapaz faz o comentário: "Esperto, ele, né?". Minha cúmplice concorda e retruca: "Até demais". E o pequeno herdeiro, alheio às babações adultas, continua com a cabeça encostada no vidro, observando as rachaduras nas paredes do metrô.

Clipes que eu curto

I Was A Teenage Anarchist (Against Me)

Eu realmente não estou a fim de escrever...

Já sei o que alguém vai perguntar por que estou escrevendo se não estou a fim. Se você é um dos que fizeram essa pergunta, parabéns. Se souber a resposta me diga.
Na verdade, quando sentei na frente do computador, pensei no que escreveria para meus seis leitores, afinal, daqui a pouco eles voltam a ser seis mesmo, se eu não atualizar este blog com mais frequência.
De fato, eu realmente não estou a fim de escrever, mas, ainda assim, alguma coisa impele meus dedos para o teclado, de modo que as palavras vão saindo aleatórias, ou seja, este é um daqueles textos completamente sem nexo.Vou entender se vocês desistirem de ir até o fim, até porque, que porcaria de texto vai sair de alguém que não está com vontade de escrever?
O que quero dizer é que às vezes não temos nada a dizer, mesmo com tanta coisa acontecendo à nossa volta. Mas aí lembrei do que a linha fina do meu blog diz "Coisas que são ditas quando não se tem nada a dizer". Ora, qual o momento mais propício para chamar a atenção de vocês senão agora?
Ainda dá tempo de acessar outra página, garanto que nada vai sair de bom aqui... Ainda está aí? Ok, vamos continuar então. Depois não diga que eu não avisei.
Por se tratar de um texto aleatório, acho que posso ousar, colocar frases mais picantes, escrever alguns palavrões, talvez gerar alguma polêmica sobre o metrô de Higienópois. Não, isso é assunto velho.
Já sei, vou falar do Palocci, da Copa, do Fielzão, do documentário do FHC (essa última é pegadinha).
Há tanta coisa acontecendo no mundo e eu sem assunto. Estou ficando alienado? Que tal falar do Neymar? (pegadinha de novo, desculpem).
Perceberam as voltas que dei para não dizer nada? É exatamente isso que acontece na maioria dos telejornais, jornais impressos, revistas, blogs, enfim, nos meios de comunicação como um todo. Somos escravos de meia dúzia de assuntos e quem deveria ser formador de opinião, não passa de mero reprodutor de textos aleatórios.
Reparem como os pseudo humoristas do CQC se esforçam para causar polêmica. Por que? Por que eles não têm nada a dizer! Aí ofendem mulheres, negros, homossexuais, judeus, o povo em geral, para entrarem nos assuntos mais comentados do Twitter. Patético.
E o CQC é só um exemplo, isso acontece de maneira geral (não me processe Marcelo Tas, por favor). Acesse blogs de humoristas, intelectuais, jornalistas e você vai ler um monte de nada. Eles também não estão a fim de escrever, mas se sentem obrigados a isso!
Se você chegou até aqui, parabéns! Conseguiu ler nada, mas se manteve fiel. Gostaria de encerrar com algo apoteótico, mas não estou, realmente, a fim de escrever.