Pedro em um dos muitos auto-retratos |
Afinal, apesar de ter nascido em São Paulo, ele foi para Bauru com seis meses e as poucas vezes que vínhamos visitar a família, não precisávamos andar de metrô. Porém, e sempre há um porém, nós voltamos, e Sampa nos recebeu de braços abertos com toda sua poluição, seu trânsito, seus prédios, sua neblina e seu metrô.
Não ter carro em São Paulo pode ser um suplício em alguns momentos, mas, se vamos de metrô, tudo vai bem. O que eu realmente não entendo, já que não dá para ver nada debaixo da terra e o barulho (salvo alguns trens novos) é um saco. Só que nós estamos falando do Pedro, e o Pedro sempre vê alguma coisa, e comenta...
Uma das últimas foi na volta para casa depois de uma agradável tarde no shopping. Sábado à noite, metrô quase vazio e Pedro com a cabeça encostada no vidro olhando.
De repente o comentário: "As paredes do metrô estão rachadas embaixo da terra". Simples, rápido e prático. Leia nas entrelinhas. Após essa sacada incrível de Pedro, o rapaz que estava sentado no banco próximo desatou a rir (ele entendeu). Só não sei se ria do comentário ou de nervoso, por estar em um trem, no subsolo da maior cidade do País, com as paredes rachadas.
Esse rapaz faz o comentário: "Esperto, ele, né?". Minha cúmplice concorda e retruca: "Até demais". E o pequeno herdeiro, alheio às babações adultas, continua com a cabeça encostada no vidro, observando as rachaduras nas paredes do metrô.
Um comentário:
Gostei Marcelo, simples, direto e realista,como as paredes rachadas.
www.doleredolar.blogspot.com
Postar um comentário