sexta-feira, 19 de junho de 2009

O dia em que cometi raticídio


Eu poderia fazer aqui uma defesa exacerbada do diploma para exercer a função de jornalista, mas cansei de gastar saliva e pontas de dedos sobre o assunto. O STF não vai ressarcir meus quatro anos de faculdade, não importa o quanto eu proteste. Não vou dizer que estou feliz, mas, simplesmente, o assunto me esgotou. Também poderia falar da vitória do Corinthians sobre o Inter, mas para isso basta uma palavra: Ronaldo! Talvez falasse da seleção, mas acho que não é uma boa ideia no momento.Então, sobre o que escrever? Ah, já sei. Vou escrever sobre o rato. “Mas que rato?”, perguntarão meus seis leitores que não comentam. O rato que matei, ora.
Bem, vamos por partes. Quinta-feira, 18 de junho de 2009, 9h30. Já tinha feito minhas obrigações profissionais e paternais, ou seja, clipei as matérias para a assessoria de imprensa para a qual presto serviço e levei o Pedro (o pequeno herdeiro, para quem não conhece) à escolinha. Na hora citada, me preparava psicologicamente para exercer minhas funções de “Amélia” e começar a fazer o serviço de casa e preparar o almoço/janta. Então, eis que surge, direto do quarto do Pedro, o pequeno ser asqueroso, partindo velozmente para o meu quarto!
“FDP”, pensei de imediato. Lembrei que o sujeitinho já tinha aparecido no final de semana, segundo minha mãe, que nos visitava, ela teve que fazer malabarismos para se livrar do dito-cujo. Mas ele voltou. E lá vou eu revirar todas as tralhas do quarto para ver onde foi que esse sacripanta desse rato tinha se escondido. Mas como é que esse bicho entrou em casa? Depois que ele apareceu, sequer deixava as portas abertas para não correr o risco, mas ele entrou. Estava rondando o território e invadiu. Mas pagou o preço...
Não antes de me dar uma canseira violenta. Arrastei o sofá que está no quarto por falta de espaço na sala. Nada. Ao lado do sofá, o baú. Ahá! Ratos adoram baús. Arrastei, preparado para o confronto. Nada. Restavam a cama e o guarda-roupas. Deixei o guarda-roupas por último. Vai saber. Revirei a cama, tirei os dois colchões que ficam embaixo dela. Nada. Já me preparava para arrastar o guarda-roupas quando lembrei das caixas do computador, desmontadas atrás da cabeceira da cama. Mexi e ele estava lá. Estava, porque foi para trás do guarda-roupas. “Merda”.
Vamos lá, arrastei o trambolho, esperando ele tentar escapar. Fiz uma barreira, decidido que ele deveria sair, mas o desfecho foi pior do que eu imaginava. Atrás do guarda-roupas havia algumas folhas de papel-cartão (“Nossa quanta tralha”, pensará você que está lendo. É, muita tralha), e não é que ele estava ali?
Tentou escapar na hora em que puxei os papéis, mas eis que os papéis caíram sobre ele. Hora do plano B. Desci a vassoura sobre os papéis, sem pensar em nada, só queria cometer raticídio! Parei...
Mas ele se mexeu! Não tive dúvidas e mandei mais uma série de vassouradas, até que o bichinho parou de se mexer. Com o cabo da vassoura, verifiquei a obra: lá estava o safado, morto e amassado (eca!). Mas fiquei satisfeito. Dei-lhe um enterro digno em um saco de lixo, embrulhado nos papéis que serviram de abrigo momentâneo. Matei o rato, atrasei o almoço, quase perdi a hora de pegar o Pedro na escola. Diazinho mais ou menos...

2 comentários:

Marisa disse...

Um rato cabe dentro de uma xícara.

Marcelo de Souza disse...

Um sapo também, Marisa. Um sapo também...