quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

17

Particularmente, eu não gosto de quem tem 17 anos. As pessoas de 17 anos estão propensas a serem mais chatas que as demais. Fato. O problema é que 17 é uma idade de transição entre a aborrecência e a fase adulta, ou seja, quem tem 17 é meio criança, meio boca aberta, porque é isso que os adultos são, na visão de quem tem 17.
Acho o número 17 interessante. É um número primo. Só. Ah, 17 era o número da camisa do Herrera quando jogava no Corinthians (se bem que acho que ele joga com a 17 no Botafogo), mas deixa pra lá. O que mais podemos falar do 17? (pausa dramática para pensar)
Claro, 17 é o número de anos que minha sobrinha Natália faz hoje. Como não podia deixar de ser, para situar meus seis leitores, tinha que pegar no pé dela. Pegar no pé da Natália é um padrão estabelecido por mim e por meu irmão desde 1994, quando ela nasceu.
Natália sabe que não gosto muito da convenção social "parabéns pra você". Acho piegas. Mas acho verdadeiro quando alguém lembra do seu aniversário sem ser avisado pelo Orkut, Facebook ou qualquer outra rede social. Por isso, resolvi escrever. É claro que é uma homenagem tosca, afinal o tio é tosco, mas e daí. Essa, pelo menos, ela pode imprimir e enquadrar.
Pra começar, espero que ela não chore, pois tem sérias tendências a ser emo. Na verdade não tem, mas gostamos de chamá-la de emo, como gostávamos de chamá-la de pastel, só porque ela o-d-e-i-a ser chamada assim. São os sacrifícios de ser sobrinha de quem é.
Voltando ao aniversário, seja você, mas lembre que assumir sua própria identidade não significa esquecer a identidade dos outros. Aos 17 temos essa propensão, vai por mim, eu sei. Ter 17 anos parece que torna tudo mais difícil, mas na verdade somos nós que dificultamos as coisas. Na maioria das vezes elas são mais simples do que aparentam, mas o maldito número primo parece mexer com o cérebro.
Seja sempre alegre, espevitada, falante, cantante, pulante, pulsante. 17 é só um número, mas pode significar muito para o 18. Às vezes as decisões que tomamos aos 17 nos afetam até os 27, talvez até os 37. Vá lá, tem gente que tem 77 e está pagando até hoje uma dívida contraída aos 17. Ufa, quanto número!
Lembre que seus atos têm consequências e cabe a você decidir se essas consequências serão para o bem ou para o mal. É fácil cair em armadilhas aos 17. No mais, seja feliz, aproveite o dia, a semana, o mês, o ano, a vida. Daqui a 17 anos você poderá lembrar de tudo com um sorriso ou com lágrimas, ou com os dois, afinal, lágrimas não são exclusividade da tristeza. Um beijo e um queijo, como diz o pequeno herdeiro, e feliz 17.

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