quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sobre pessoas que se acham

Tenho 41 anos. Desde que me conheço por gente convivo com pessoas de todos os tipos. Se você olhar minha lista de amigos verá gente com estudo, sem estudo, pobre, bem de vida, cristão, ateu, roqueiro, pagodeiro, enfim, uma variedade sem fim de gente, diferentes em muitos aspectos, mas, tendo em comum, o fato de eu gostar delas, ou não chamaria de amigos.
Mas no meio do caminho sempre tem uma pedra, alguém que se julga indispensável, alguém que se acha a última bolacha do pacote. São essas pessoas que me incomodam.
E não é de hoje. Sempre me incomodaram. Na infância, me incomodavam aqueles que tinham os melhores brinquedos, eram os donos da bola, ou o pai tinha carro, por isso se julgavam melhores do que os outros. Esses eram tão confiantes de sua importância no mundo, que acreditavam piamente serem fundamentais para uma brincadeira ser agradável. Não eram. Pelo contrário. Invariavelmente, quando eles chegavam, acabava a brincadeira.
Na adolescência isso não mudou. Os que se acham tinham sempre as melhores roupas, os melhores tênis, lavavam os carros dos pais classe média como se fossem deles. Esses também se julgavam essenciais para a vida das pessoas. Espero que a vida tenha mostrado que eles não eram tudo isso que acreditavam ser.
Por fim, a vida adulta trouxe novos amigos. A vida profissional se encarregou de apresentar mais alguns e, no meio de gente muito boa, cuja amizade guardo até hoje, apesar de não ter muito contato com inúmeras pessoas, também havia aqueles.
Isso não acabou. Conheço muita gente que se acha, muita gente que se julga indispensável, muita gente que acredita tanto em si mesmo que transforma um possível qualidade em defeito irreversível.
Algumas pessoas creem que podem simplesmente fazer o que bem entendem e ainda reclamam ou fazem bico quando alguém lhes traz de volta à realidade. Não entendo e não aceito esse tipo de comportamento. Não gosto desse tipo de atitude.
Sempre ouvi que minha liberdade acaba quando começa a liberdade do meu próximo e carrego isso comigo como tesouro. Acredito nas pessoas, na boa índole delas, mas há algumas incorrigíveis, há aquelas que deveriam ter levado um choque quando eram mais novas, para aprenderem a se comportar, mas não levaram.
Esse tipo de gente tem uma dificuldade enorme de ouvir não e quando ouvem, transformam-se em vítimas, se fazem de coitadas. Mas é preciso chacoalhar essa gente: vocês não são indispensáveis! O mundo não gira em torno de vocês!
Aos meus amigos, tudo. A essa gente que não me interessa, vamos pedir piedade...

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